terça-feira, 2 de dezembro de 2008

OFICINA G3


OFICINA G3

Pode não parecer, mas a banda de rock Oficina G3 nasceu de um Ministério de Louvor. Isso foi em meados de 1988, na igreja Cristo Salva em São Paulo ou igreja do Tio Cássio como era conhecida. Nesta igreja existiam dois grupos de louvor e foi criado um terceiro grupo para suprir a escala e melhor aproveitar os músicos da igreja, e foi neste grupo 3 que Juninho Afram (guitarra) e Wagner Garcia "Maradona" (baixo) e Walter Lopes(bateria) passaram a tocar juntos, e pela amizade, gosto musical e a mesma visão evangelística passaram a encarar o Grupo 3, não apenas como um grupo para suprir a escala, mas como uma banda de verdade e acreditar que Deus tinha algo especial para eles.

Neste mesmo tempo Luciano Manga (vocal) e Túlio Régis (vocal) que também faziam parte da igreja e já cantavam com eles no louvor, vieram para assumir definitivamente os vocais do G3. Em 1990, a banda gravava seu primeiro LP "ao vivo" e foi neste dia que nasceu oficialmente a banda OFICINA G3. "Oficina vem da idéia de concerto, porque nós tocamos e cantamos as nossas experiências com um Deus, que pode concertar e restaurar o que está quebrado. E G3 é uma abreviação de Grupo 3, onde tudo começou", explica Juninho Afram.

Com a saída de alguns integrantes, Duca Tambasco (baixo) e Jean Carllos (teclado) se juntaram à tropa, e já gravaram a partir do 3º CD, "Indiferença" (1996). Mas Duca já havia participado como convidado especial em "Nada É Tão Novo, Nada É Tão Velho" , na versão CD (1994). PG (vocal) foi o último a chegar - o que aconteceu após a saída de Manga - e já podemos ouvi-lo desde o CD Acústico (1998).

Quem foi que disse que o diabo é o pai do rock? A única coisa de que ele é pai, é da mentira ( Jo 8:44).Por acaso, foi ele quem criou os instrumentos musicais? É bíblico: "tudo quanto tem fôlego, louve ao Senhor". Sendo assim, a Oficina G3 não podia deixar de atender ao chamado de Deus. Por isso, não deu atenção às palavras de maldição, muito menos se importou com a resistência dos mais ortodoxos, que custaram a aceitar o som da turma por puro preconceito. Passados 10 anos da estréia (oficial), a Oficina G3 é conhecida nacionalmente como uma das grandes - se não a maior - bandas de rock do momento. Agora, com seis CDs gravados e contratada pela MK . "O Tempo" é o primeiro trabalho pela nova gravadora.

O som produzido pela Oficina não deixa nada a desejar ao das grandes bandas de rock fora do mercado gospel. Definitivamente, a diferença não está na qualidade e sim na mensagem. O grupo é formado por músicos capacitados e com talento reconhecido não só pelo segmento. Duca Tambasco é endorsement dos amplificadores Crate e das cordas Solez, Juninho Afram é endorsement dos amplificadores Crate, das cordas NIG e é colunista da revista Cover Guitarra - Duca e Juninho são professores de música, assim como PG.

A Oficina G3 segue a cartilha do autêntico rock'n'roll, com guitarra eletrizante, baixo pulsante, teclado vigoroso, bateria alucinante e um vocal firme e versátil. Exagero? Paradoxo? Nada disso. Com a maturidade de quem viveu e vive constantes experiências com Deus, cada componente do grupo procura dosar suas atuações, de forma que a glória e honra sejam dadas ao Rei das Nações. Eles apenas utilizam o dom que receberam para ministrar a Palavra com qualidade e poesia, também. Por isso, a vaidade não tem lugar entre eles. "Nosso lema é Jesus, Vida e rock'n'roll", divulga Walter.

Não só com o rock mais tradicional ou pesado (para alguns...), mas a Oficina mostra grande desenvoltura também com as baladas. Prova disso é o enorme sucesso de venda do CD Acústico Ao Vivo (1999). O trabalho trouxe os grandes hits da banda em versões mais light - com instrumental mais moderado -, o que viabilizou a apresentação da banda em igrejas e não apenas em shows ou eventos.

A primeira canção lançada pela MK foi também uma balada, "Perfeito Amor" (CD Amo Você 6), e ajudou a fortalecer a imagem do grupo por todo o país. "Nossa principal raiz é o rock, mas sem deixar de lado as baladas. Já nossas influências são variadas. Além do rock, também gostamos de blues, jazz e por aí vai ", conta Juninho.

Cada passo dado pela Oficina tem a confirmação do Senhor. Foi assim desde a formação até a transferência para a MK - onde Deus tem aberto portas inesperadas. Aliás, foi para galgar degraus cada vez mais altos que o grupo aceitou o convite da gravadora carioca. O CD "O Tempo" consolida esse "casamento". E mostra a banda em grande fase. Pois ela conseguiu equilibrar todas as vertentes do rock e ainda temperar com boas baladas.

A música de trabalho é a faixa que dá nome ao disco e envolve já nos primeiros acordes. Mas é só ouvir mais um pouquinho para gostar de uma vez por todas. Pontuada por vários climas, ela é enriquecida pela participação de um coral black-gospel e naipe de cordas (violino, violoncelo...), mesclando o tradicional com o contemporâneo.

As outras 11 canções não deixam a "peteca cair". A primeira faixa, "O Caminho" é outra que vai marcar esse CD. Pois, além da letra forte, vem recheada de efeitos especiais. Também se destaca a canção "Brasil". Seguindo a linha reflexiva e contestadora, a banda fala sobre o nosso lindo país e seus problemas. Mas apresenta, à seu modo, a única solução: Jesus Cristo. Detalhe: todas as canções deste novo trabalho foram composta pela própria Oficina: uma tática que já virou regra.
A história que começaram a escrever na pequena e revolucionária igreja do Tio Cássio (como era chamado o fundador da Cristo Salva) é repleta de episódios marcantes e surpreendentes. Deus escolheu cada componente, restaurando suas vidas e manifestando Seu poder de forma muito especial. "Se fôssemos contar a história de cada um, ficaríamos horas contando as maravilhas e milagres. Alguns de nós, Deus tirou das drogas, do álcool e outros de uma vida cristã de fachada", compartilha Juninho, também compositor. O visual despojado é apenas um detalhe.
Amparada nas experiências de vida de seus componentes e no talento natural de cada um, que a Oficina G3 desenvolve seu trabalho. Trabalho este, moderno para os padrões de algumas igrejas brasileiras - poucas, é verdade -, mas na medida para alcançar um público heterogêneo, que não se prende à faixa etária definida - apesar de terem grande identificação com adolescentes e jovens. O rock não tem idade, mas tem de ter consistência para se estabelecer. Feito que a Oficina já conseguiu sem esconder sua origem, ou mascarar suas reais intenções. "A gente toca rock e ama Jesus", afirma Duca. Por isso, buscam clareza em suas canções e falam de forma explícita do amor de Deus.
Os planos de Deus são realmente tremendos e, certamente, o ministério da Oficina é abençoado por ele. A prova está nos frutos... Aliás, PG se converteu num show da Oficina G3 e, claro, nem fazia idéia que um dia viria a ser o vocalista da banda. "Meu primo me levou, mas eu não sabia que era show evangélico. Os caras tocavam o rock que eu gosto e foi a maior loucura", conta o vocalista, provando que os shows podem ser usados na evangelização. Walter também é prova viva do poder de Deus. Na adolescência, se entregou ao vício e entrou para gangues de rua em São Paulo. Depois de liberto e restaurado passou a se dedicar ao evangelismo dessas pessoas.

Por isso, o virtuosismo da Oficina não sobrepõe sua principal missão: pregar o evangelho. "Tocamos numa praça do Uruguai onde era ponto de venda de drogas. Deus mandou um temporal e os 'cristãos' nos deixaram com os traficantes, viciados e malucos. No final, muitos se converteram e um mês depois, naquela mesma praça, se batizaram 250 pessoas, frutos daquele dia", relata o guitarrista uma das muitas experiência sobrenaturais.

A banda não acredita em cantar e tocar sem que exista um lugar para receber e aprender de Deus, por isso todos congregam em suas respectivas igrejas que é a Batista, Comunidade da Graça, e Renascer em Cristo.
A Oficina G3 teve a ousadia de ser lançar no mercado num tempo em que nossas igrejas só consideravam lícitos os hinos tradicionais, herdados da reforma protestante e copiados em hinários como Cantor Cristão (Batista) ou Harpa Cristã (Assembléia de Deus). Seus fundadores souberam reconhecer o chamado de Deus e tiveram coragem para persistir em sua missão. Não titubearam em divulgar o evangelho da foram que eles mais sabiam: tocando rock. E assim foram e são canal das bênçãos de Deus e instrumentos da salvação.

Com esse estilo de música levam palavras de vida à pessoas e lugares que não se abrem facilmente para a música gospel. Pelas portas que abriram já passaram diversas outras bandas e muitos outras ainda virão. Porém, barreiras outras serão derrubadas, e mais portas serão abertas. Até o dia em que a música gospel será reconhecida no Brasil e no mundo por seu potencial e sua importância de não apenas trazer música, mas vida em Jesus.

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